Mi Kaev se une à produtora Natália Carrera no single “Rivers”

Um mundo de amor, cores e força resiste sob a água da Baía de Guanabara, apesar da opressão dos castelos cinzas na superfície, comandados por homens uniformizados. É com essa metáfora perigosamente próxima da realidade que a cantora e compositora Mi Kaev estreia seu projeto musical. A faixa “Rivers” chega aos principais serviços de streaming de música integrando a Coletânea SÊLA, álbum que dá protagonismo às mulheres produtoras musicais. Natália Carrera assina a gravação.
Embora faça um paralelo com a história de opressão e autoritarismo que permeia diferentes períodos da história do Brasil, “Rivers” começou a surgir em 2016. Com a composição de sua primeira canção, Milena Goldophim fez nascer Mi Kaev, seu projeto solo guiado pelo indie pop experimental e por uma voz única. O resultado será um EP, a ser lançado ainda em 2019, povoado por faixas onde a vitalidade e a diversidade das suas composições ganham destaque. “Rivers” faz parte do imaginário do compacto, onde pop alternativo se encontra com um clima carioca, flertando com charme, funk e trap.
Essa sonoridade foi construída ao lado de Natália Carrera, produtora responsável pela produção musical de várias faixas do EP e também por álbuns elogiados – “Testamento”, da banda Pessoal da Nasa, e “Letrux em Noite de Climão”, com o qual venceu o Prêmio Multishow. Guitarrista, produtora e compositora de trilhas musicais, Natália já participou da fanfarra Cinebloco como arranjadora e regente, além de integrar a banda da cantora Danni Carlos desde 2008, com quem gravou o disco “Livre”, de 2014. Compôs as músicas de diversas obras audiovisuais, em destaque os documentários “Lua Câmera Pichação” (2011) e “Tailor” (2017). Também compôs a trilha do espetáculo “Solitárias”, que narra a tortura de mulheres durante a ditadura, e do curta “Errou Apaga”, documentário sobre a drag queen carioca Betina Polaroid.
A trajetória de Mi Kaev também passa pelo audiovisual. Natural de Niterói (RJ), Milena sempre foi aficionada por música e seu poder sobre as pessoas e narrativas. Ela se formou em Cinema pela Universidade Federal Fluminense, visando a trabalhar com trilha sonora. Durante a faculdade e os trabalhos com filmes, dividia seu tempo com projetos de bandas para se apresentar na noite, com covers de Sade, Amy Winehouse, Lana Del Rey e Blondie, onde desenvolveu experiência de palco e iniciou os estudos de teclados e sintetizadores.
Foi no teclado que “Rivers” ganhou forma. “Essa foi a minha primeira composição musical. Gravei uma demo dela com a ajuda de dois amigos que criaram um clima bem aquático pra música e quando conheci a Natália Carrera, em 2017, resolvi gravar com a produção musical dela. Eu procurava alguém pra produzir as músicas recém compostas e sempre fui muito ligada aos sons de sintetizadores, à música pop, então queria usar efeitos, queria encontrar alguém que tirasse das minhas músicas qualquer vestígio de realidade. Natália foi a melhor indicação possível, nos afinamos numa parceria muito boa desde então”, relembra Milena.
Com o convite da SÊLA para que Natália Carrera integrasse a Coletânea com uma de suas produções, “Rivers” acabou se tornando a estreia oficial de Mi Kaev, que já havia revelado a canção “Sunlight” como parte da campanha do coletivo de moda Botiks, em 2017. Em breve, a parceria irá ganhar os palcos, com Carrera, Goldophim e Neila Khadi nas programações eletrônicas.
A canção é mais um single de uma série de lançamentos semanais promovidos pela SÊLA, coletivo que coloca a produção musical feminina em primeiro plano. O projeto, lançado na SIM SP, dará forma a um álbum com 17 faixas que visa a estimular e legitimar a atuação feminina em uma profissão onde ainda não possuem oportunidades igualitárias. O objetivo é trazer à tona as assinaturas sonoras que elas têm deixado nos fonogramas brasileiros e mapear a atuação dessas profissionais, criando pontes e promovendo colaborações inéditas.
Para compor a Coletânea SÊLA, produtoras musicais de diferentes estilos gravaram, arranjaram e mixaram outras artistas em seus próprios estúdios ou em parceiros, como o Labsônica, no Rio de Janeiro (RJ); o estúdio dos selos Freak e Hérnia de Discos, em São Paulo (SP); e o Estúdio Colina em Curitiba (PR). Participaram da primeira temporada nomes como Mônica Agena, Naná Rizinni & Joana Cid, Anna Tréa, Theodora Charbel, Desirée Marantes, Bárbara Eugênia, Mariá Portugal, Luana Hansen, Papisa, Alejandra Luciani, Malka, Helena Duarte, Erica Silva, Sara Não Tem Nome, BEL, Rafaela Prestes e Leto. A curadoria desse projeto é assinada por Camila Garófalo, idealizadora da SÊLA, e Larissa Conforto, instrumentista e produtora musical. A produção foi feita por Helena Lacerda, com arte de Fernanda Martinez e distribuição por Ana Larousse.
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