Neiva transforma conflitos internos no disco “tanto.”

Em “tanto.”, sétimo álbum de estúdio, Neiva se expõe abrindo reflexões sobre gênero, raça e viver num mundo com poucas esperanças pro futuro. O novo disco encerra a série “Guerras íntimas” iniciada em “filho.”, de 2019.

“Dentro do projeto, como um todo, a intenção é discutir de que forma a violência perpassa inclusive as nossas relações de maior intimidade. ‘Guerras Íntimas’ é sobre lutas não-necessariamente explícitas e físicas. É talvez sobre o lado feminino de uma luta, pensando nas polaridades Yin-Yang. Dentro disso, o lado ‘Yin’, mais subjetivo, feminino e de ‘sombra’ é o ‘filho.’. E o lado Yang, ‘luz’ que mergulha pra fora e em direção ao Sol é o ‘tanto.’”, conta Neiva.

O novo trabalho caminha entre o experimental, o jazz, o indie e tons da música brasileira e tem participações do clarinetista norte-americano Mike Watson, da pianista catalã Bru Ferri e do percussionista e ativista zimbabweano Dwayne Kapula. Completam a banda nomes da cena musical carioca como Augusto Feres, Marcos Thanus, Marcelo Callado, Mari Romano, PH Rocha e Daniel Duarte. Após anos criando em casa ou em formatos reduzidos, esse projeto coletivo em momento de solidão mostra novas possibilidades para o trabalho do artista que, durante a gravação do disco, também trocou experiências nos palcos com artistas como Negro Leo, Ana Frango Elétrico e Thiago Nassif – todos, de alguma forma, parte da inspiração que levou a “tanto.”.

“É um projeto que eu nunca tive condições plenas de dar conta antes. É um trabalho com muitas escolhas coletivas. Tanto em termos de timbre quanto de arranjo, quem tocou no álbum teve uma influência muito grande na concepção. ‘tanto.’ é o lado que se volta para o outro e tenta falar. Existe um ‘tanto’ pra ser dito pras pessoas com quem nos relacionamos de forma mais íntima e é sobre isso que eu tento falar com as 10 músicas do álbum”, explica Neiva.

Essas interseções fazem parte da própria feitura do disco, realizado em sua totalidade em estúdios caseiros e improvisados para abarcar essa nova realidade colaborativa e de parcerias inédita até então no trabalho do artista. As gravações foram feitas, em grande parte, no Terra, home studio do baterista Daniel Duarte. Já as que contavam com convidados e participações, aconteceram em uma residência artística sonora para a qual Neiva foi selecionado. São muitos os caminhos que perpassam “tanto.”.

“Ano passado os Boogarins foram ver meu show com o Negro Leo na Casa do Mancha e eu fui no show deles na Audio, além dos diversos encontros de estrada que tive com eles. Tem uma dimensão da coletividade e de trocas mútuas que não transparecem de forma óbvia no álbum”, entrega.

 

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