Rock In Rio: quarto dia tem apoteose de Panic! At The Disco e o melhor show do Red Hot Chili Peppers no Brasil

A quinta-feira (dia 03) no Rock In Rio foi um prato cheio para roqueiros de diferentes gerações e teve espaço até para balançar o esqueleto. Confira como foram os shows no Palco Mundo no quarto dia da edição 2019 do festival.

Capital Inicial

Rock In Rio: quarto dia tem apoteose de Panic! At The Disco e o melhor show do Red Hot Chili Peppers no Brasil – Ambrosia
Foto: Ariel Martini

A banda brasiliense tem lugar cativo no festival desde 2001. E não é coincidência que eles sempre abrem a noite em que Red Hot Chilli Peppers são headliners. O vocalista Dinho Ouro Preto é fã da banda e faz questão de estar no mesmo line up dos californianos. E mais uma vez funcionou. O Capital fez aquele show jogando para a torcida, sucessos radiofônicos dos anos 80, como ‘Fátima’, ‘Independência’ e ‘Música Urbana’, hits da fase em que a banda foi redescoberta com o “Acústico MTV” (‘Natasha’, o cover de ‘Primeiros Erros’, de Kiko Zambianchi) e cover de Legião Urbana (‘Tempo Perdido’). Como de costume, o grupo fez um ótimo aquecimento.

Nile Rodgers & Chic

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Foto: Ariel Martini

Por ser um dos artistas com mais colaborações de sucesso (e talvez o mais sampleado), é impossível não conhecer pelo menos cinco músicas do setlist. Depois de ser aclamado pelo show da edição de 2017 do Rock In Rio no Palco Sunset, o bailão de Rodgers e sua banda, o Chic, subiu na “escala RIR” e ganharam o Palco Mundo. Foi basicamente o mesmo show de dois anos atrás, com repertório que passeava pela seleção de sucessos dos anos 70, entre os quais ‘Dance, Dance, Dance’ e ‘Everybody Dance’, hits frutos de parcerias consagradas – daí apareceram ‘Notorious’ de Duran Duran e ‘Let’s Dance’ de David Bowie e a mais recente ‘Get Lucky’, do Daft Punk. Antes de executar essa música, Rodgers se lembrou que quando lutava contra um câncer, recebeu o covite do duo eletrônico e do produtor Pharrell Williams.

Assim como em 2017, a faixa ‘Good Times’ encerrou a apresentação deixando fãs subirem no palco para sacolejar junto com a banda. Nile Rodgers conta com um time de alta qualidade, com destaque para os belíssimos vocais de Folami Ankoanda-Thompson e Kimberly Davis. Conforme esperado, foi uma festa cheia de groove, embora não tenha sido tão arrebatador como da última edição. O clima intimista e descontraído do Sunset foi um ingrediente importante para que aquela apresentação ficasse na História. No gigantismo do palco Mundo, diante de dezenas de milhares de jovenzinhos mais preocupados em guardar lugar para o Panic! At The Disco, perdeu-se um pouco daquela atmosfera vista há dois anos. Ainda assim, um show impecável.

Panic! At The Disco

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Foto: Wesley Allen

Não é de se admirar que o Panic! At The Disco tenha sido a atração mais esperada da noite por pelo menos metade do público na Cidade do Rock. Isso pôde ser conferido nos primeiros acordes de ‘Victorious’, música que abriu o show. A plateia foi ao delírio. A faixa ‘Hey Look Ma I Made It’ (traduzindo, “ei, mamãe, eu consegui”) tem tudo a ver com o momento por que a banda passa. Após quinze anos de estrada, estão com seu último disco, “Pray For The Wicked”, de 2018, em seu auge. No palco, fica nítido o amadurecimento. Brandon Urie se mostrou um frontman de primeira linha. Arriscou até um cover de ‘Bohemian Rhapsody’ do Queen no qual se saiu muito bem e emocionou até quem não é fã da banda. àquela altura da apresentação, o PAD já tinha o público nas mãos. Para fechar veio o atual grande hit ‘High Hopes’. E aquela banda emo que achávamos que seria esquecida em pouco tempo mudou de fase e deixou claras suas ambições.

Red Hot Chili Peppers

Rock In Rio: quarto dia tem apoteose de Panic! At The Disco e o melhor show do Red Hot Chili Peppers no Brasil – Ambrosia

O show dessa edição do Rock In Rio se deu em uma data especial. Era aniversário do guitarrista Josh Klinghoffer. O clima festivo sem dúvida contribuiu para uma apresentação descontraída, em clima de jam, com improvisos e bastante espaço para canções não radiofônicas. Há muito não se via a banda tão solta no palco, em um show que pode ser considerado o seu melhor em terras brasileiras. O hit ‘Can’t Stop’ abriu os trabalhos como tem sido comum recentemente. Depois de uma sequência de sucessos – ‘The Zephyr Song’, ‘Dani California’ e a recente ‘Dark Necessities’, faixa do último álbum “The Getaway” –  a banda começou a se divertir para valer. É como se tivessem desligado o ponto que transmite as orientações da produção.

Vieram covers como ‘I Wanna Be Your Dog’ dos Stooges, que tem aparecido no setlist, e ‘Just What I Needed’ do The Cars – que eles recentemente executaram com Eddie Vedder do Pearl Jam, homenagem ao líder da banda, Ric Ocasek, falecido em setembro – e pérolas mais conhecidas pelos fãs de primeira hora. Estavam ali ‘Right on Time’ do “Californication”, duas faixas do não tão prestigiado “One Hot Minute”, a esquecida ‘Pea’ e ‘Aeroplane’, que chegou a ter uma execução até boa nas rádios. Até ‘Sikamikanico’  lado b do single de ‘Under the Bridge’ e parte da trilha do filme “Quanto Mais Idiota Melhor” marcou presença. ‘The Power of Equality’ faixa pesadona do “Blood Sugar Sex Magic” foi outra ótima inclusão.

No bis, Josh Klinghoffer no dia de seu aniversário de 40 anos fazendo cover de ‘I Don’t Wanna Grow Old’ do Tom Waits (também famosa com os Ramones) deu o tom humorístico consoante com o clima de descontração. ‘Give it Way’ fechou a apresentação em que o RHCP fez questão de privilegiar os fãs mais fiéis, afinal já é a terceira vez consecutiva que eles vêm ao Brasil, podem se dar ao luxo de variar. O aniversário era de Josh, e o presente de Anthony Kieds, Flea e Chad Smith foi mesmo para o público.

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