Paulo Beto traduz os encontros que não aconteceram em “Não quero marcar nada”

Depois de refletir sobre nossa identidade brasileira e latinoamericana e sobre a dependência das aparências nos singles “Isso não é Brasil” e “Todo mundo se comendo”, o cantor e compositor Paulo Beto dá mais um gostinho de seu próximo disco, “Uniram-se”. “Não quero marcar nada” é uma canção sobre os rumos da vida e a arte do não-encontro, da espera do tempo certo para os abraços.

Paulo Beto foi inevitavelmente inspirado pelo isolamento causado pela pandemia atual. Sem romantizar as distâncias e os desafios, o artista convida a estar junto – quando a mãe Natureza permitir. Se antes sabíamos não ter controle sobre tudo, com a corrente crise sanitária, essa noção foi escancarada, exacerbada, na impossibilidade de ir e vir, de tomar decisões sobre nossos próprios futuros. A vida segue um fluxo, e com ele, seguimos nós.

“‘Não quero marcar nada’ é uma canção filha da pandemia, nasceu num rompante, uma melodia suscitada naquele instante em que o encontrar com o outro se tornou algo perigoso, não aconselhável, proibido. A música se contrapõe ao mito da vontade livre e devolve à Natureza sua autonomia de divindade soberana, vilipendiada pelo Ocidente cristão”, explica o cantor.

“O Todo é sobre o que natureza é, não sobre o que a gente quer; por mais que achemos que poderíamos ter ido por ali ao invés daqui, se possuíssemos intelecto suficiente para tal charada nos daríamos conta de que naquele momento não havia outra coisa a ser feita além daquilo que teve de ser feito, e que, fora da ideia do Eu e do advento da individualidade, está o Todo, está aquilo que é; e que a nós ignora solenemente. ‘Não quero marcar nada’ defende que os encontros são produzidos pela vida, que a necessidade da força que deles virão que é quem os geram e regem”, completa.

Paulo Beto é natural de Niterói (RJ) e estreou como cantor e compositor com o álbum “Memórias d’aldeia do bicho que mente” em 2015, cujo show de lançamento originou o disco “Paulo Beto e Convidados – Ao vivo – no Teatro Municipal de Niterói”, e que o levou a realizar turnês pelo Brasil, Uruguai e Argentina. Em 2018 lançou o segundo registro dos palcos, “Paulo Beto – ao vivo – em Santa Teresa”, gravado no Parque das Ruínas, no Rio de Janeiro. Atualmente, sua busca tem-se feito no encontro de toda e qualquer manifestação artística, passando por teatro, poesia e artes plásticas. Além de músico, cantor e compositor, é escritor, dramaturgo e filósofo de formação.

O álbum “Uniram-se” tem lançamento previsto ainda para este ano. Enquanto isso, “Todo mundo se comendo”, “Isso Não É Brasil” e agora “Não quero marcar nada” podem ser ouvidas nas principais plataformas de música.

 

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