The Killers Presta Tributo Aos Anos 80 com Battle Born

The Killers Presta Tributo Aos Anos 80 com Battle Born – Ambrosia

O The Killers é para os anos 80 o que os Black Crowes são para os 70. Assim como a banda de Chris Robinson parece um fóssil congelado em 1972 e descongelado em 1991 (no excelente Shake Your Money Maker) a banda formada em 2002, em Las Vegas por Brendan Flowers (vocal e teclado), Dave Keuning (guitarra e backing vocal), Mark Stoermer (baixo) e Ronnie Vannuci (bateria) parece ter vindo direto de 1987 para o ano de 2004, quando debutou com seu (ótimo) álbum Hot Fuzz. O sucesso foi imediato, até por estar inserido no contexto do auge da nostalgia oitentista da década passada. Outras bandas contemporâneas como Strokes, Franz Ferdinand, Scissor Sisters e Hard-Fi também tinham fortes influências dos 80, mas o Killers era a que além de influenciado, buscava ao máximo emular o som daquela década. Hits como Somebody Told Me e  Mr Brightside tomaram rádios e pistas de assalto no mundo todo.

Os álbuns seguintes seguiram a mesma linha, embora com um sucesso comercial um pouco menor, e a banda se assegurou entre os principais nomes do pop do novo milênio.

Seu último álbum Battle Born (Island/Vertigo 2012) não difere dos demais. Apenas a aura nostálgica soa ainda mais aguda e provavelmente essa era a intenção original, uma vez que foram chamados para a produção Daniel Lenois e Steve Lillywhite, responsáveis pelos trabalhos mais emblemáticos do U2 nos anos 80; na lista constam Boy, October War The Joshua Tree e The Unforgettable Fire. A eles se junta ainda Stuart Price, que já havia produzido o álbum anterior da banda e tem no currículo outros nomes influenciados pelos anos oitenta como Keane, Lady Gaga, Kylie Minogue, Gwen Steffani, além de artistas que foram ícones da época, como Madonna, Pet Shop Boys e New Order.

The Killers Presta Tributo Aos Anos 80 com Battle Born – Ambrosia

A música Runnaways, que foi lançada com bastante antecedência, já prenunciava como seria a sonoridade álbum. Se a banda é conhecida por ter influência de U2, a presença dos produtores certamente os empolgou a gravarem The Way It Was, na qual não só Brendan emula os maneirismos vocais de Bono, como o resto da banda soa idêntica aos irlandeses. Here With Me é uma faixa que traz a tona o clima daquelas baladas que tocavam incessantemente nas rádios na época e até hoje povoam as sessões flashback ou mesmo a programação normal de rádios “adulto contemporâneas”, sem vergonha de usar guitarras melodiosas e sintetizadores flamboyant. A Matter Of Time também presta tributo ao U2, mas acabou soando como os últimos trabalhos da banda irlandesa (cujo objetivo era voltar à sonoridade original…). Miss Atomic Bomb talvez seja a que sirva mais facilmente para identificar a banda, por mais que isso seja sinônimo de nostalgia anos 80 que permeia todo o álbum. Heart Of A Girl é mais uma a emular U2, poderia muito bem ser uma sobra de estúdio de Joshua Tree. A faixa título, que fecha o álbum tem uma pegada hard rock ballad, com ecos de Queen e com 5 minutos e 13 segundos é a mais longa do álbum, que tem o acerto de não se estender demais em suas músicas, são 12 faixas e todas têm em média 4 minutos.

Battle Born pode ser considerado um dos trabalhos mais inspirados da banda, justamente pela coragem de se assumir nostálgico, além de ter sido realizado por uma banda madura, que já não tem a preocupação de emplacar hits para alcançar ou se manter no topo. Nostálgicos sim, mas sem cheiro de mofo.

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