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FF #01: O renascimento do Quarteto e o estabelecimento do marasmo criativo nas HQs de super-heróis

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Este artigo contém SPOILERS!

A surpresa que acometeu os leitores da Marvel após o anúncio de que o Homem Aranha integraria a equipe do Quarteto Fantástico, após a morte do Tocha Humana, não veio junto à inovação, que deveria ser inerente a este tipo de solução criativa. A editora mais uma vez apelou para um artifício que carece de sutileza, colocando o seu personagem mais popular em mais um grupo de super-heróis. Se pensarmos em termos lógicos, é impossível para o aracnídeo atuar em dois grupos de Vingadores distintos, fazer participações esporádicas nos X-Men, ter suas aventuras solo, vida pessoal e ainda estar compondo o novo Quarteto Fantástico, ou, como chamam agora: Future Foundation (FF – mesmas iniciais de Fantastic Four).

Paradoxalmente, na hipotética situação de o Tocha realmente desfalecer (hipotética pois é sabido que ele eventualmente retornará), não penso em personagem melhor para substituí-lo do que o Cabeça de Teia. Afinal, quem possui mais história com este seleto grupo de heróis do que Peter Parker? Não importa se o herói supracitado ficará sem tempo para sequer dormir, o que interessa mesmo é vender revistas, certo? Certo. A Marvel antes de editora é uma empresa. E o objetivo de uma empresa é sempre obter lucros. Nunca se esqueça disso!

Esta primeira edição começa basicamente em um quadro onde o finado Tocha – em uma forma de imagem holográfica proveniente de uma gravação prévia – diz à Reed Richards que caso ele venha a falecer, seu substituto imediato deverá ser o Homem Aranha. Os membros aparentemente concordam com a decisão de Johnny, já que o próximo quadro revela Peter Parker se balançando por entre os prédios da cidade, até por finalmente aterrissar no alto do Edifício Baxter, sendo recepcionado imediatamente por Sue. Em um rápido passeio pelo lar do Quarteto, descobrimos que o clima de luto ainda impera no local. Apesar do suposto conflito que o roteiro tenta sugerir, não há qualquer rejeição clara ao fato de que o Homem Aranha agora faz parte do grupo. Ninguém se opõe a esta situação publicamente, há apenas uma certa resistência à idéia – um pesar remanescente; entrementes, a dor de todos acaba por ser compartilhada com o aracnídeo.

Após a revelação do novo uniforme e a apresentação do novo Quarteto em ação, Peter se junta aos demais para jantar. A característica principal do título ainda se mantém, nos passando a idéia de que o Quarteto e todos que ali habitam compõem uma grande e unida família. É então que o título Future Foundation começa a fazer sentido, já que a limitação enquanto ao número de membros começa parecer não obrigatória. O último quadro confirma esta idéia ao conhecermos mais um convidado a compor o grupo – um apetitoso clichê definido em uma proposta absurda.

Os desenhos possuem muita qualidade, o novo uniforme está realmente bem elegante – congratulações a Steve Epting e Rick Magyar, acompanhado pelo excelente trabalho de cores de Paul Mounts. O argumento – de Jonathan Hickman – entretanto, carece de brilho. É tudo muito comum, não há um tom de homenagem ao personagem falecido, e o clima de pesar tentado acaba sendo por demais superficial.

O Quarteto Fantástico renasceu, mas infelizmente ressurgiu junto a um roteiro apelativo e sem muita coerência. Definitivamente é a representação pura da tendência capitalista que está levando as histórias de super-heróis à consumpção criativa. Quando a qualidade for inerente ao ganho, teremos uma revolução.

  • Muito bacana o artigo do Rafael, mas devo dizer que discordo bastante. Acredito que Jonathan Hickman, hoje, é o escritor mais cheio de potencial dentro da Marvel e ele vem mostrando isso com o Quarteto há meses sem parar. Esta revolução do Quarteto não só é cabível pelo papel deles dentro do Universo Marvel como a presença do Homem-Aranha dá o ar da graça que faltava com a morte do Tocha Humana. No fundo o Aranha sempre permeou a vida do QF e agora ele é parte integrante de verdade.

  • o quarteto fantastico realmente é um grupinho complicado de se trabalhar , o seu conceito da margen para roteiristas de talento viajar na maionese,coisa que hickman não esta conseguindo ,talvez por imposições comerciais da marvel que costuma afundar bons projetos ,esta tão decantada revolução na revista me parece fogo de palha ,penso eu que com liberdade criativa o roteirista peter tomasi que fez um trabalho maravilhoso na tropa dos lanternas verdes mandaria muito bem na familia de reed richards.

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