Quadrinhos

Jack Cole and Plastic Man

Compartilhe
Compartilhe

Nesta obra, o premiado cartunista Spiegelman narra os momentos mais importantes da vida de Jack Cole, desde a infância até seu misterioso suicídio em 1958, ao mesmo tempo em que analisa a evolução do trabalho do artista. Cole foi um artista prolífico, tendo criado diversos super-heróis durante a “Era de Ouro” dos quadrinhos, mas o curioso é que um de seus personagens mais lembrados dessa fase talvez seja The Claw, um super-vilão monstruoso.

Em fins de 1940 Cole assinou contrato com a editora Quality Comics, onde trabalharia com outros grandes artistas, como Will Eisner, criador do Spirit. Durante a Segunda Guerra Mundial, quando Eisner foi convocado pelo exército, Cole foi um dos artistas que escreveu e desenhou anonimamente as aventuras do Spirit.

Certamente, o maior legado de Cole para os quadrinhos seria o super-herói Plastic Man, cuja primeira aparição se daria na revista Police Comics n.1, em 1941. As HQs deste personagem, mais conhecido por aqui como Homem-Borracha, estão entre os melhores quadrinhos criados nos anos 40, rivalizando em criatividade com o próprio Spirit. Embora as aventuras fossem frenéticas, Cole privilegiava o humor, deixando as cenas de aventura e pancadaria em segundo plano. Spiegelman analisa detalhadamente os personagens, a arte e diagramação das histórias do Plastic Man.

No início dos anos 50 Cole abandonou as histórias do Plastic Man e passou a se dedicar a outros projetos, como tiras para jornais e cartuns para a revista Playboy.

O livro de Spiegelman e Kidd é rico em ilustrações, mas a maior sacada da dupla foi encartar no livro cinco HQs de Cole, escaneadas das revistas originais e impressas em papel jornal, dando ao leitor a sensação de estar lendo os “comic books” originais. São quatro histórias do Plastic Man e a curiosa história de crime “Murder, Morphine and Me”. Um quadrinho desta última história aparece no livro Seduction of the Innocent, obra que apontava as HQs violentas como inspiradoras da delinqüência juvenil, e que iniciou um movimento moralista que baniria a violência dos quadrinhos americanos durante boa parte dos anos 50. O quadrinho em questão mostra uma mulher prestes a ter o olho perfurado pela agulha de uma seringa.

Parte dos leitores e críticos americanos considerou confusa a diagramação de Kidd, mas o livro é uma ótima introdução para o trabalho de Jack Cole.

Autores: Art Spiegelman (texto) e Chip Kidd (design gráfico)

Ano de Edição: 2001 (está fora de catálogo)

Editora: Chronicle Books

144 pag.

Compartilhe

Comente!

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Sugeridos
AutoralColunasInfantilQuadrinhos

Henri Schütze: trajetória em Pinote

Continuando com nossa coluna, de visitar nomes do nosso país, iremos agora...

FilmesNotíciasQuadrinhos

Cesta de Cabeças: HQ de terror da DC ganhará filme com Natasha Lyonne

A DC Comics está prestes a trazer mais uma de suas histórias...

LançamentosQuadrinhos

Achados & Perdidos: roteirista Mario Oshiro lança HQ

Publicada pela editora Skript, obra young adult conta com ilustrações da artista...

LançamentosQuadrinhos

“Nos braços dela”: HQ aborda economia do cuidado e sobrecarga de mulheres

Obra de Bárbara Ipê e Tatiana Achcar, publicada pelo NADA∴Studio Criativo traz,...

NotíciasQuadrinhos

Godzilla vs. Marvel farão crossover lendário em 2025

A Marvel Comics anunciou um evento de crossover emocionante para 2025: Godzilla...

CríticasQuadrinhos

O Bárbaro – Delitos Fatais, de Michael Moreci e Nathan Gooden

No mercado de quadrinhos dos EUA, quando uma nova editora surge com...