Wizards of the Coast: o problema?

Wizards of the Coast: o problema? – Ambrosia

É extremamente fácil encontrar diversos artigos na internet falando mal da editora do D&D. Devo confessar que mesmo eu, não sou particularmente fã da mesma principalmente dada as suas ações nos últimos anos.

Como muitos sabem, a maioria dos escritores de RPG (seja para quase qualquer editora) não possuem trabalho fixo, sua renda é retirada de contribuições em diversos livros diferentes (raramente um livro de RPG tem um autor único) ao longo dos anos (que são comum mente chamados de freelancers).

Nas últimas semanas, veio a público mais uma das políticas restritivas da Wizard, se alguém quiser trabalhar na mesma não poderá escrever para nenhuma outra editora. Ou seja, para aqueles que tem a escrita como profissão integral ou eles se dedicam inteiramente ao seu trabalho na Wizards ou serão demitidos. O problema é que não existe para a maioria deles nenhuma compensação nesse contrato, a empresa não irá se responsabilizar em entregar trabalho para estes, não de forma obrigatória, então muitos serão incapazes de se manter na mesma.

É natural que grande parte dos freelancers da Wizards trabalhem em outras publicações simultaneamente, com essa regra, eles continuam com sua mesma condição, ou seja freelancers sem salário fixo, pagos por página escrita, mas agora tenham de abrir mão de todos os seus projetos (muitas vezes autorais em editora pequenas) para permanecer publicando na empresa.

Vale lembrar que em alguns estados americanos (como a Califórnia) esse tipo de contrato é proibido por lei, e pode acabar resultando em imensas brigas judiciais entre a editora e seus escritores. O fato é, este problema ainda que de maneira porca pode ser contornável por parte dos autores (sempre existem pseudônimos), mas de nada serve a Wizards além de lhe gerar uma má impressão em geral, e talvez um afastamento de bons autores com projetos mais independentes firmados. Claro, que a mesma, também é conhecida por pagar mais caro por seus textos, mais alguns alegam que simplesmente não é o suficiente para mantê-los preso sob contratos de um ano e meio sem salários fixos.

A empresa já tem sofrido baixas em seus números nos últimos anos, aumentando em muito a sua dependência de freelancers. Vale lembrar também que a Wizards esteve envolvida em diversas escolhas polêmicas nos últimos tempos, que foram fruto de muitas críticas e decepções. Primeiramente a retirada dos direitos de publicação das revistas Dragon e Dungeon, substituídas por um sistema pago dentro da própria Wizards, a Insider. Os responsáveis por estas mesmas revistas, resolveram desenvolver o Pathfinder em resposta a essa ação. Uma segunda ocorrência se deu quando a data para a publicação da nova licença, foi marcada para o dia do lançamento da quarta edição, impossibilitando a participação de empresas terceiras até outubro (que já está no meio, e quase nenhum livro saiu, por conta da péssima estratégia usada). Para piorar essa mesma licença se mostrou fatal para diversas editoras, pois ela impossibilitava que as mesmas mantivessem suas linhas da terceira edição a venda. Tendo de optar entre assumir completamente a quarta edição do D&D e colocar o catalogo antigo na geladeira, grande parte dessas editoras não assinou o projeto da Wizards, e traz uma realidade de solidão para o novo D&D, em contra-partida da total febre e hegemonia do D20 resultante da OGL anos trás. Vale dizer, que como já publicado aqui, a empresa assumiu seus erros em relação a GSL programando uma revisão de sua política. Por enquanto esta medida ainda não foi efetiva.

É uma pena, pois a impressão que eu tinha da Wizards of the Coast era bem melhor no inicio desse ano, e parece que cada vez mais, ela atrai novas iniciativas contra a mesma, seja na forma do Pathfinder ou do recente manifesto Swords & Wizardry, ou das dezenas de empresas que não irão publicar para a quarta edição.

Fonte: D20 source

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Comentários 4
  1. Ela está cavando fundo a prórpia cova. Ou mudando muito seu público alvo…
    Acho que aos poucos ela vai virar mais um empresa de MMO(é assim que escreve?) com alguns livros publicados.
    Está certo que cada vez mais livros digitais, usar computadores na mesa é um tendencia, mas ser restrito não.
    É só ver as empresas de telefonia celular, elas concorrem, mas até hoje eu não vi um celular que exclui o outro, ou impede passar arquivos… só porque o outro é de outra marca.

  2. O material de Star Wars está otimo, tudo bem que ela queira “defender” seus interesses mas não é esse o caminho, ela tem jogado contra ela mesma, parace que não sabem mas o que fazem, a OGL foi otima para uma maior amplitude do mercado de RPG, e hoje ela joga contra seu proprio mercado.

  3. sugestão: use menos a palavra ”mesmo”. Existem outras variantes para se evitar repetição de palavras além de ‘mesmo’, ‘mesma’ e afins.

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