É a espetacularização dos seres, a encenação forçada e compulsória com as mais diversas tentativas nas redes sociais, onde o que importa é a aparência, o se mostrar. Atinge passivamente muitas camadas Humanas, é o visual regendo, sendo a lei, a superioridade social do exterior. Bastaria aparecer, isso de ser visto, visualizado, não importando tanto o que o sujeito é por dentro, na verdade; isso é um modelo, ao igual que tantos outros utilizados pela Antropologia Social, colocando o personagem de si, o socialmente exibido como troféu e sucesso. O vencer na Vida não é realista nesse contexto, não convida ao pensamento, gerando assim vergonhas e medos sociais quando esse ideal não é alcançado pela fatia dos que não o atingem de forma satisfatória. E nem vão, os padrões de uma sociedade de imagem são cinematográficos, foram feitos de enfeite; usamos como referência modelos do inatingível. Esse sentir carregado de insuficiência dói, atrai para si as mais estranhadas patologias, é a culpa que recai através do conflito fundamental do medo da falta, do errar, de incentivo à autonomia e à criatividade na resolução de conflitos, a dependência do julgamento do outro, e, acima de tudo, do meio, o Ambiente envolvendo o campo físico da Existência.

Um experimento social inovador com influenciadores digitais pega três pessoas em Los Angeles com o número de seguidores relativamente pequeno para que tentem se tornar influenciadores famosos comprando seguidores falsos e um exército de bots. (2021, direção de Nick Bilton)
O corpo abarca os sintomas corporais, o que na clínica psicanalítica se observa devido à grande incidência de manifestações patológicas. Temos cada vez mais nomes, a lista só aumenta. Fato é que os sintomas se apresentam até sem as manifestações no plano psíquico, no aparente, as dignas de nota. Os sinais vazamento pelos atos e ocorrências das pessoas.
Isso se torna teatral. Essa preocupação com a estética, às vezes buscando um padrão claramente irreal, essa preocupação é capaz de existir à vontade não somente no ilusório que é o virtual, também na vida real. Pessoas ali se imaginando na melhor versão de si que será divulgada. Isso é, o que acham que cabe ao agrado do grupo, doa a quem doer. Toda essa preocupação oculta algo, em geral um vazio, falhas interiores, motivos desesperados para preencher vazios, ou pertencer a algo, seja ele o que for. É um retrato ruim de um aspecto que acaba sendo deletério, cabe ao sujeito pensar a respeito e dar sua opinião.