O filme de Sophie Barthes transita pela infamiliaridade, esse é o termo. Mesmo de forma leve. Pensa bem, estamos no molde da Natureza, o que é bem sexualizado sim! Só que o tempo do amor ao outro é diferente, exige espera e paciência, estar junto. Isso vocês sabem. Então quem não lida, quem se afasta do mundo está rechaçando a própria natureza, a naturalidade que é própria do seu gênero. A partir disso, podemos pensar em diversos problemas quando essa infamiliaridade se instala na vida dos indivíduos. Se a pessoa não percebe e se afasta cada vez mais do que ela é, sua síntese, tudo vai parecer estranho, esguio. É mesmo um risco e um fardo difícil de manejar!

Falar é a terapia, conviver. Percebemos como a infamiliaridade para lidar um com o outro, com os próprios pensamentos, quando se está ali sozinho ou sozinha, quando a pessoa não tem mais opções e se vê com os próprios valores, limites, essa infamiliaridade é pura falta de treino, e até por isso se torna explícita. Mas acontece, então podemos transitar. Isso mesmo, provavelmente chegou a esse ponto por algum estilo de vida, mas não quer dizer que vai ser assim para sempre. Falamos isso porque você não nasceu para isso, a programação Humana tem diretrizes voltadas para a interação, a comunicação, falando de socializar, todos sabemos o que é. Além, claro, da autopreservação, a sobrevivência, as pessoas, os seres querem isso, sobreviver, conviver, ter conforto!
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Vamos lá, a falta de treino nas coisas rotineiras, com próprio ato de pensar, conjecturar, sim, falamos de discernir sobre o que está acontecendo no momento, acontecendo com você. Como anda sua capacidade de idealizar, pensar no futuro, por aí vai. Apenas essa falta de treino, parece pouco mas define rumos, quando pensamos o aparelho psíquico dos indivíduos e suas particularidades, a falta de treino cria também essa infamiliaridade.