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‘Watch Dogs 2’ traz uma San Francisco aberta num mundo incrível de hackers

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Informação é poder. Além disso, o mundo está nas mãos daqueles que a possuem e a gerenciam. As empresas lutam para que leis sejam votadas a favor de compilação e partilha de dados pessoais. E embora muitos fatos sejam mantidos em segredo para grande parte de nós, ocasionalmente surgem grupos de pessoas ou organizações que tentam trazer à luz a realidade. Este é a premissa para Watch Dogs 2, a sequência do jogo lançado pela Ubisoft em 2014, com versões para PS4, Xbox One e PC.

Faz um tempo que não pego um joystick (já há uns cinco anos) e como já tinha jogado o primeiro jogo, pensei em trazer essa minha análise. Sei que há muitas resenhas pela net, entretanto foi esse game que trouxe o meu retorno ao mundo dos consoles e gostei muito do sistema dele. E olha que jogo desde a época do Atari.

Entretenimento por sinal, em que sua propaganda nos adverte que qualquer semelhança com a realidade é pura coincidência, que seja, mas é um jogo de cenário aberto com uma mão de denúncia. A primeira parte da franquia inovava em um gênero onde se acreditava que tudo já fora visto. A história trazia o hacker Aiden Pearce, que acabava de terminar um novo software, o CTOs, que seria implementado em todos os sistemas e era capaz de se conectar a todos os usuários de Chicago, veículos, etc. Seu gameplay tinha bons visuais e um enredo legal, entretanto se perdia com a avalanches de conectividade e uma física diferente que conhecemos. Temos agora, alguns anos depois do primeiro contato com o mundo dos hackers pela Ubisoft, vem sua sequência, com um protagonista, uma cidade e um ambiente diferente.

San Francisco é o local escolhido para esta nova versão, onde, sob a pele de Marcus Holloway, nos movemos para um novo grupo de hackers conhecido como Dedsec. O objetivo destes não tem nada a ver com o que Aiden Pearce tinha. Os Dedsec possuem um objetivo claro: qualquer empresa que faça uso ilegal de informações, permitindo que cidadãos comuns pudessem derrubar qualquer gigante que abusa de seu poder por meio da tecnologia. Desta maneira, o grupo para se tornar conhecidos iniciam missões cada vez mais ambiciosas.

Temos cinco jovens e portanto interagimos com suas conversas, motivações e ações, e muitas vezes bizarra. Assim, o humor e a aventura é uma constante nesta segunda parte , seja pelas missões que levamos ou pelas conversas próprias dos protagonistas. Embora a advertência dada no início em relação aos fatos reais foi apenas uma maneira de cobrir o que os desenvolvedores fazem com as referências. E o que temos de referências a casos reais ou situações que vemos todos os dias, levará a sermos capazes de distinguir as empresas ou figuras importantes da atualidade, como Trump, Kanye West e o coletivo Anonymous, associado ao “hacktivismo”. Um acerto para aqueles que têm algum conhecimento geral, uma vez que podemos captar as numerosas referências.

Mas deixando de lado o enredo, que é muito bom, o que oferece Watch Dogs 2 que não vemos em outro jogo de mundo aberto? Primordialmente o seu estilo e as opções de jogabilidade. Ao se tornar um hacker que explora uma nova versão do sistema CTOs, implementado na cidade, podemos interagir com praticamente tudo o que nos rodeia.

Temos uma série de habilidades em que desbloqueamos com novas opções, desde melhorar o nosso domínio de armas a controlar remotamente veículos, através da inserção no banco de dados. Para alcançar essas habilidades temos que gastar recursos obtidos através do aumento do nível de seguidores Dedsec. Ou seja, quanto mais missões fizermos e mais conhecido ficarmos, mais qualificados nos tornamos, e assim encontramos algumas missões repetidas.

Em nossa base de operações, localizado na cave de uma loja de jogos, temos um armário onde guardamos os itens e roupas que compramos em lojas da cidade e uma impressora 3D. Com ela podemos imprimir todos os tipos de armas e dois aparelhos que serão de grande ajuda durante o jogo: o drone e o robô de salto, ambos têm funções muito semelhantes, apenas um vai por terra e o outro pelo ar.

Como se todos esses dispositivos não fossem o suficiente, os recursos de uma ferramenta são de vital importância no jogo: o nosso smartphone. A partir dele podemos acessar a uma lista de aplicativos, de aluguel ou encomendas de carros a um tipo de uber, que podemos ganhar dinheiro por pegar e transportar de passageiros. Além de um Spotify e um Instagram para complementar as tomadas de ação.

Finalmente, algo que me chamou a atenção neste jogo foi o modo on-line. Com opções multiplayer clássicas, mas implementado com um sistema onde outros jogadores podem entrar na nossa partida para hackear(opção pode ser desabilitada nas configurações). E a Ubisoft aplica bem essa premissa. Se algo funciona, por que não testar outros modos e atualizações são feitas costumeiramente, como a recente que traz novas missões de cooperação?

Todas estas opções, combinadas com os desafios, a ação, as carreiras e demais encontros nesta cidade viva, completamente aberta, bastante crível, um passeio turístico em San Francisco, interações hackers e de combate, fazem de Watch Dogs 2 um jogo que melhora em muito a proposta de seu antecessor, aumentando em muito. Ao ritmo de ‘Turbo Lover’ do Judast Priest, entre outras boas músicas, joguei-me e apostei algumas horas no meu Playstation. Vale a pena. Recomendo.

Leia também:

Uma análise narratológica do game Watch Dogs

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Por
Cadorno Teles -

Cearense de Amontada, um apaixonado pelo conhecimento, licenciado em Ciências Biológicas e em Física, Historiador de formação, idealizador da Biblioteca Canto do Piririguá. Membro do NALAP e do Conselho Editorial da Kawo Kabiyesile, mestre de RPG em vários sistemas, ler e assiste de tudo.

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