Em meados da década de 90, quando o Rio de Janeiro era assolado por uma onda de violentos sequestros, foi criada uma divisão tática da polícia , o DAS (Divisão Anti-Sequestro) especialmente organizado para combater esse tipo de crime.
Baseado na série homônima da Globoplay, A Divisão, é o novo trabalho do diretor Vicente Amorim, e se passa exatamente na urgência desse período, tendo como ponto de partida o sequestro da filha do candidato a governador do Estado (Dalton Vigh) e como a organização se articula para desbaratar a quadrilha responsável. Mendonça (Silvio Guindane) e Santiago (Eron Cordeiro) são dois extremos nessa luta do DAS: o primeiro, incorruptível, o segundo, pragmático, representam também a complexidade de um objetivo comum: o senso de justiça.
Além do brilhante trabalho dos atores, a dinâmica tensa entre os dois é solidificada pela trama construída em cima da máxima de que ninguém deve confiar em ninguém até mesmo dentro da polícia. Amorim conduz com pulso firme tanto a sensação de perigo iminente dos crimes da época, quanto a incerteza corruptível dentro da própria DAS.
Tecnicamente, fotografia e montagem reforçam o conceito de colocar o espectador praticamente dentro da ação policial, num resultado mais próximo da observação social do que apenas mais um exemplar daquele tipo de cinema genérico de “Tropa de Elite” e afins que se multiplicou nos cinemas brasileiros.
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