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Crítica: "Uma Noite de Crime: A Anarquia" fracassa como thriller

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“Uma Noite de Crime: A Anarquia” (The Purge: Anarchy, EUA/2014) é a continuação de “Uma Noite de Crime” de 2013. O filme estrelado por Ethan Hawke e produzido por Michael Bay, mostrava um futuro próximo em que fora instituído uma espécie de feriado onde as pessoas poderiam matar umas as outras durante 12 horas, das sete da noite às sete da manhã sem que isso incorresse em crime. O desiderato do evento, chamado de Expurgo, era reduzir a taxa de criminalidade, uma vez que as pessoas poderiam liberar seus instintos assassinos uma vez ao ano. O mote era até interessante, colocando cinco dedos na ferida da obsessão da sociedade americana pelas armas e a violência, mas como fora mal desenvolvido, gerou um filme no máximo mediano.
No primeiro filme tínhamos uma família refém em sua própria casa de um bando “celebrando” o Expurgo, já nesta desnecessária continuação, temos um grupo de cinco pessoas tentando sobreviver nas ruas aos assassinos que estão à solta.
Um ano depois dos eventos da película anterior, as taxas de criminalidade e desemprego caíram ainda mais, porém, um grupo anti-Expurgo emerge na mídia, questionando o feriado e desafiando o sistema. O casal, Shane e Liz (Zach Gilford e Kiele Sanchez) estão voltando para casa a tempo de soar o alarme que anuncia a liberação da matança, mas ficam sem gasolina e parados no centro de Los Angeles, minutos depois a tão esperada noite começa e eles terão que fugir de assassinos mascarados que começam a sair às ruas. Enquanto isso, Leo (Frank Grillo) sai às ruas de maneira obstinada e Eva com sua filha Cali (Carmen Ejogo e Zoe Alma), são raptadas de sua casa devido a um assalto planejado. Os 5 acabam por se encontrar e têm de sobreviver à noite de crime do título.

Mais uma vez dirigida por James DeMonaco e produzida por Bay, a trama também perde a oportunidade de explorar o viés crítico proposto na sinopse, mas praticamente ignorado em seu desenvolvimento. E para piorar, temos que aturar situações previsíveis, frases de efeito clichês, reviravoltas sem graça, isso sem falar nas movimentações de câmera e slow motions tiradas diretamente da “cartilha de como se fazer um thriller passo a passo”.
Infelizmente para os amantes do gênero, “Uma Noite de Crime: Anarquia” é um produto genérico, feito sob medida para capitalizar em cima do sucesso acima do esperado do filme anterior. O objetivo foi alcançado, pois as bilheterias foram satisfatórias na terra do Tio Sam. Provavelmente teremos uma nova franquia. Resta apenas esperar que no próximo sejam, se não mais felizes, ao menos mais ousados.

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