De ferro, sim, e com muito orgulho

Margaret Thatcher foi, durante os anos 70 e 80, uma das personalidades mais conhecidas, polêmicas e temidas da política internacional. Mulher de puslo firme, ela foi Primeira-Ministra da Grã-Bretanha entre 1979 e 1990 e não se importou em tomar medidas impopulares entre todas as classes. Mesmo assim, marcou seu nome para sempre como uma das chanceleres mais emblemáticas que já surgiram.

Por isso, uma cinebiografia da ex-poderosa parlamentar chama a atenção de todos, ainda mais porque foi escolhida uma das melhores atrizes das últimas décadas para interpretá-la: Meryl Streep. Em A Dama de Ferro (Iron Lady, 2011), Meryl mostra por que é uma referência em boa atuação, conseguindo passar de forma exemplar toda a fibra de Margaret Thatcher para manter a sua vontade sobre a de seus colegas, primeiro no Partido Conservador e, depois, já como Primeira-Ministra. Mas tanto o filme, quanto a atriz, querem mostrar que, por trás de toda aquela armadura que Thatcher colocou em volta de si, ainda batia um coração.

De ferro, sim, e com muito orgulho – Ambrosia

 

Mostrado de forma não-cronológica, o filme começa com Margaret nos dias de hoje, bastante idosa, tendo que lidar com suas falhas de memória e a saudade imensa que sente de seu marido, já falecido. Interpretado por Jim Broadbent (que viveu papel semelhante em Iris, que lhe deu um Oscar em 2002), Dennis Thatcher é mostrado como uma contraparte de Margaret, um homem descontraído e que não se incomodava em ficar à sombra da esposa.

Durante a narrativa, o público é apresentado à juventude pobre de Margaret (que é vivida, neste período, pela boa atriz Alexandra Roach), sua assenção no Partido Conservador, sua eleição como Primeira-Ministra, a reação negativa que teve na Grã-Bretanha ao cortar gastos em sua política econômica, para evitar o declínio do Reino Unido, a sobrevivência a um atentado que sofreu em casa e sua importante participação na Guerra das Malvinas (ou Falklands, como os ingleses gostam de dizer). O filme também mostra quando o seu “reinado” chega ao fim e as consequências disso na sua vida.

De ferro, sim, e com muito orgulho – Ambrosia

 

Auxiliada por uma ótima maquiagem (que pode ganhar o Oscar da categoria de 2012), Meryl Streep brilha como a protagonista de A Dama de Ferro nas várias fases de Margaret Thatcher. Que ninguém se engane: o filme foi feito para Streep mostrar todo o seu arsenal artístico e, literalmente, carregá-lo nas costas.  A diretora Phillida Lloyd, que até então só tinha feito para o cinema o sucesso Mamma Mia (também com Streep), faz um trabalho correto, mas nada além do esperado, e deixa a sua estrela à vontade para deitar e rolar no papel da Dama de Ferro. Um único ponto negativo foi mostrar Margaret Thatcher em alguns momentos como uma pobre coitada, especialmente quando surgem cenas de sua luta contra a doença que a deixa debilitada mentalmente.

Mas quem não se importar com isso, pode até curtir A Dama de Ferro e conhecer um pouco mais da pessoa polêmica que é Margaret Thatcher. Além de ver uma das melhores interpretações da dama das telas, Meryl Streep.

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