No último domingo, dia 10, aconteceu a cerimônia do Globo de Ouro em Los Angeles. “O Regresso” foi o longa com maior número de estatuetas, conquistando as principais categorias: Melhor diretor para Alejandro G. Iñárritu, melhor ator para Leonardo DiCaprio e melhor filme dramático. Na categoria Comédia ou Musical, “Perdido em Marte”, de Ridley Scott se destacou levando os prêmios de melhor ator para Matt Damon e melhor filme.
Também foram premiados Brie Larson (melhor atriz dramática em”O quarto de Jack”), Jennifer Lawrence (melhor atriz em comédia ou musical em “Joy: O nome do sucesso”), Sylverster Stallone (ator coadjuvante em “Creed”), Kate Winslet (atriz coadjuvante em “Steve Jobs”).

Embora não se possa dizer que o Globo de Ouro é uma prévia do Oscar, como se apregoava erroneamente há alguns anos, pode-se dizer que a partir dele, um cenário vai se desenhando até o dia 28 de fevereiro quando o grande prêmio da Academia de cinema é entregue. Nesta temporada de premiações, Iñárritu também é favorito ao prêmio do sindicato dos diretores, o Directors Guild Awards, que ocorre em em 6 de fevereiro.
“Perdido em Marte” e “O Regresso” já estavam sendo cogitados como possíveis candidatos ao Oscar desde o final de 2015. E, para desespero do xenófobo Donald Trump – um dos candidatos do Partido Republicano à vaga de opositor dos democratas nas eleições americanas desse ano, e que pretende estabelecer uma barreira entre EUA e México caso se eleja – o cineasta mexicano tem chances de se consagrar bi-campeão, depois da vitória do ano passado com Birdman. Pelo menos, é o campeão de indicações, com 12 no total.
Isso corrobora a questão da inevitável diversidade no cinema americano debatida aqui. Hollywood não teve outro caminho a seguir que não o do multiculturalismo, visto quão plural e variegada se tornou a população do país. Independente disso, mesmo que o filme mesmo que o filme não saia vencedor na noite do Oscar, é a consagração de um dos maiores cineastas da atualidade, que chamou atenção do mundo com seu debut em longas, “Amores Brutos”, de 2000, e a todos intrigou com um filme concebido como um plano sequência, o referido vencedor do prêmio da Academia do ano passado, estrelado por Michael Keaton.
Desbravar o restrito mercado americano, sem fazer concessões artísticas, já foi um grande feito de Iñárritu
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