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O retorno de uma clássica inimizade em Tom & Jerry (2021)

Depois de muitos anos, o gato e o rato da Hanna-Barbera voltaram às telas. Já tinha um tempo se desde que tivemos uma adaptação de longa-metragem baseada nos personagens e após as últimas incursões do Scooby Doo com atores, outra adaptação foi liberada pelos estúdios.

Tom & Jerry ganha um novo filme e numa animação travessa para o cinema em live-action muito melhor do que o esperado.

Análise

Tom e Jerry nos traz a eterna rivalidade entre um gato doméstico chamado Tom e um rato chamado Jerry,  uma adaptação da clássica série de curtas-metragens foi escrita e dirigida por William Hanna e Joseph Barbera durante os anos 1940-1950. Durante este tempo, eles ganharam 7 Oscar de Melhor Curta de Animação. Portanto, não foi surpresa que na era atual em que absolutamente tudo se adapta ao cinema, Tom e Jerry tivessem seu próprio filme, sua trajetória pelo menos os sustenta.

O mesmo estúdio que também trouxe a série do Scooby Doo (que curiosamente também teve um filme este ano: a primeira animação lançada nos cinemas desde o seu nascimento) produziu esse  longa-metragem, surpreendentemente mesclando a técnica da animação 2D com a ação real, no mais puro estilo de Uma Cilada Para Roger Rabbit (1988), e nos presenteando um entretenimento decente para a criançada sem abrir mão de muito do charme que as lutas intermináveis ​​de Tom e Jerry tiveram e ainda têm.

Os filmes tidos infantis, chamados de crianças ou dirigidos às crianças evitam a todo custo qualquer alusão à realidade social por ser um subterfúgio dela. E Tom e Jerry (2021) faz diferente, surpreendendo ao melhor desenvolver a história do gato e do rato em um hotel de luxo em NY em que a jovem protagonista (Chloë Grace Moretz) como eles, tenta ganhar a vida e procura desesperadamente um emprego que possa fornecer-lhe (entre outras coisas) um teto para viver.

É aí que considero que o filme marca o seu melhor objetivo, pois nos tempos difíceis em que vivemos, os três protagonistas deste filme tem o mesmo objetivo em comum e que a sua forma de o atingir seja legítima. Pois o cinema é um reflexo da vida e se as crianças crescerem vendo apenas histórias cor-de-rosa, vão acabar acreditando que a vida é assim e nada está mais longe da realidade. Bem acertada a ideia no roteiro de Kevin Costello em relação a realidade.

A direção de Tim Story (Quarteto Fantástico, 2005) executa bem um filme deste estilo: é divertido, sem renúncia à essência e ao encanto original de seus personagens e, embora seja claramente voltado apenas para o público jovem, não os aborda com condescendência.

Tom e Jerry é uma comédia familiar caótica (no bom sentido) que se passa  com a dupla lutando constantemente sem entediar o espectador e ao mesmo tempo construindo um reflexo perfeito da sociedade superficial de hoje em que dois animais sem-teto e uma jovem desempregada unem forças para realizar o casamento do ano em um hotel luxuoso. O casamento de uma rica herdeira e seu noivo querendo manchetes na imprensa, a ideia do futuro marido em  “o casamento mais caro já realizado” são colocados como uma crítica a futilidade em meio às travessuras que os dois personagens clássicos se metem.

Tom e Jerry, é o que é, não é um grande filme, mas é muito, muito melhor do que seus filmes predecessores que erroneamente tentaram adaptar séries, os desenhos animados de nossa juventude, ​​como o Zé Colmeia (2010), e The Smurfs (2011 e 2013). Este filme vai animar os mais pequenos da casa e vai divertir minimamente os adultos que os acompanham.

Nota: Bom – 3 de 5 estrelas

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