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Debbie Harry 80 anos: a lenda viva do rock que moldou a presença feminina na música

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Neste 1º de julho de 2025, Debbie Harry, a lendária vocalista do Blondie, completa 80 anos. Com seu visual marcante, voz inconfundível e uma carreira que transcende décadas, ela continua sendo um dos nomes mais importantes da história do punk e da música pop. Não apenas uma estrela do rock — Debbie Harry é um ícone cultural, símbolo de irreverência, força e reinvenção.

A garota que virou estrela

Nascida como Angela Trimble em 1945, em Miami, e adotada ainda bebê por uma família de Nova Jersey, Debbie só se tornaria “Deborah Harry” anos depois, já adulta. Sua trajetória até o estrelato foi tudo menos convencional: antes de brilhar nos palcos, trabalhou como secretária, garçonete, coelhinha da Playboy, corista e atendente de boate. Essas experiências, muitas em ambientes predominantemente masculinos, moldaram seu olhar afiado sobre o mundo e sobre o papel da mulher na sociedade — temas que ela levaria à sua música com inteligência e estilo.

Blondie: um novo som, um novo olhar

Debbie Harry fundou o Blondie em meados dos anos 1970 ao lado do guitarrista e parceiro de longa data Chris Stein. A banda nasceu no caldeirão criativo do CBGB, lendário clube de Nova York, ao lado de nomes como The Ramones, Talking Heads e Patti Smith. Mas enquanto muitos grupos mergulhavam no punk cru e agressivo, o Blondie trouxe uma abordagem mais pop, misturando punk, new wave, disco, reggae e até rap — sem nunca perder a atitude.

Com sua imagem loira platinada, roupas ousadas e presença magnética, Debbie virou a personificação do cool. Mas seria um erro reduzi-la à estética: ela era compositora, performer visionária e estrategista da própria imagem. E foi com esse pacote completo que o Blondie emplacou uma sequência de hits que moldaram a sonoridade de uma geração.

Hits eternos e inovação musical

Entre 1976 e 1982, o Blondie lançou uma série de álbuns que entraram para a história, como “Parallel Lines” (1978), “Eat to the Beat”(1979) e “Autoamerican” (1980). Faixas como ‘Heart of Glass’, ‘Call Me’, ‘Rapture’ e ‘One Way or Another’ mostraram a versatilidade da banda e a habilidade de Debbie em se reinventar musicalmente.

A primeira, por exemplo, foi uma aposta ousada: uma banda de punk rock mergulhando no universo da disco music — e acertando em cheio. Já a terceira foi um dos primeiros singles de grande sucesso a incorporar o rap, com Debbie entregando um flow despretensioso em uma época em que o hip hop ainda era um fenômeno emergente nas ruas de Nova York.

Estilo, atitude e influência

Debbie Harry se tornou, ao longo dos anos, um dos maiores ícones de estilo da música. Muito além da estética, ela era — e ainda é — uma força que representa independência e autodeterminação. Sua imagem forte, combinada com vulnerabilidade e humor, inspirou incontáveis artistas femininas que vieram a seguir, de Madonna a Lady Gaga, de Shirley Manson do Garbage a Miley Cyrus.

Mas não foi só na música que ela deixou sua marca. Debbie também se aventurou no cinema e na TV, com participações em filmes como “Videodrome” (1983), de David Cronenberg, e “Hairspray” (1988), de John Waters, sempre trazendo um toque de estranheza e autenticidade aos seus papéis.

Superando desafios

A trajetória de Debbie Harry não foi isenta de dificuldades. Nos anos 1980, a banda Blondie passou por uma crise, Chris Stein foi diagnosticado com uma doença autoimune rara, e Debbie se afastou dos palcos para cuidar dele. A banda se separou em 1982, mas voltou com força total nos anos 1990 — em 1999, o Blondie estourou novamente com o hit ‘Maria’, provando que a energia criativa do grupo seguia viva.

Em paralelo, Debbie lançou uma sólida carreira solo, com discos como “KooKoo” (1981), produzido por Nile Rodgers e Bernard Edwards do Chic. Mesmo nos momentos em que esteve fora dos holofotes, nunca deixou de experimentar, colaborar e manter-se relevante.

Debbie aos 80: presença viva e necessária

Hoje, aos 80 anos, Debbie Harry continua ativa. Ela ainda faz shows com o Blondie, participa de festivais e é frequentemente homenageada por sua contribuição à música e à cultura. Sua autobiografia, Face It (2019), revelou mais sobre sua vida intensa, suas lutas pessoais e sua relação complexa com a fama — sempre com honestidade e humor ácido.

Debbie Harry é uma prova viva de que o envelhecimento não apaga a atitude, o estilo ou a relevância. Ao contrário: ela mostra que é possível continuar se reinventando, criando e inspirando. Em uma indústria que frequentemente descarta mulheres após certa idade, Debbie permanece como exceção e exemplo.

Uma lenda que não se cala

Comemorando seus 80 anos, Debbie Harry não é apenas uma figura do passado. Ela é uma artista contemporânea, que continua sendo reverenciada por novas gerações e ainda tem muito a dizer. Entre riffs de guitarra, versos sarcásticos e sua eterna rebeldia glamourosa, Debbie mostra que idade é apenas um número — e o punk, quando verdadeiro, nunca morre.

Parabéns, Debbie. E obrigada por tudo.

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