Cantor e compositor tem financiamento coletivo “Tudo ou Nada” na plataforma Catarse para realizar o trabalho inédito em vinil. Dois singles já estão nas plataformas digitais: Guaipeca (faixa-título do álbum) e Minha Barba é Meu Blush.
Guaipeca: uma ilusão autobiográfica é o quarto disco de Leandro Maia, a ser lançado nos próximos meses. A canção que dá título ao trabalho já está disponível nas plataformas digitais desde fevereiro, quando o cantor e compositor abriu um financiamento coletivo para o álbum.
Para custear o disco em vinil, o autor oferece recompensas e recebe contribuições em campanha na plataforma Catarse, que fica aberta até 23:59 do dia 4 de abril de 2023. Até o momento, em menos de dois meses de adesão, Leandro Maia e equipe já arrecadaram 89% da meta de R$ 25 mil. Porém, é necessário atingir o valor todo para o registro em vinil sair, pois a campanha é na modalidade “Tudo ou Nada”.
A faixa 10 do álbum, Minha Barba é Meu Blush, também já foi lançada nas plataformas como single, no início de março. E a próxima canção do disco a chegar ao público será quem já viu (faixa 8), parceria de Leandro Maia com Ronald Augusto (letra), no dia 1º de abril.
Que bicho é esse?
Guaipeca é como se chama o cachorro vira-lata. Uma palavra de origem indígena, muito utilizada no sul do país para o “cachorro de rua”, “bicho solto”.
O escritor e professor de Literatura Luís Augusto Fischer designa Guaipeca, em seu Dicionário de Porto-Alegrês (2007), o “cachorro de raça qualquer, ou melhor, de raça indefinida. Mais raramente se usa para gente interiorana e bruta, não acostumada com a cidade”.
Conforme o memorável escritor fronteiriço Aldyr Schlee, em seu “Dicionário da Cultura Pampeana Sul-Riograndense” (2019), o Guaipeca é um “cusco, cachorrinho, cachorro de pequeno tamanho e de raça indefinida”.
Guaipeca é avatar, o alter ego, o duplo que Leandro Maia escolheu para contar a sua “ilusão autobiográfica”, que se desenvolve em três eixos narrativos interligados: o amor, o humor e a política (crítica social).
Em Guaipeca, não se trata de louvar o complexo de vira-lata criticado por Nelson Rodrigues, mas de celebrar a vira-latinice do sul global. Guaipeca não tem complexo de vira-lata. A vira-latinice guaipeca descoloniza, ao mesmo tempo em que problematiza identidades e estereótipos. Para o vira-latino, fronteiras não são barreiras ou divisórias, mas superfícies de contato.
Guaipeca é uma canção, mas também um álbum composto de 12 canções autorais que serão lançadas a seguir. As músicas Milagres do Barão de Itararé, Infinito e Além (Ia) e Perto de Você foram compostas com apoio do 1° Concurso Ibero-Americano de Composición de Canción Popular IBERMÚSICAS.
O disco é inspirado na vida e nas obras de Aparício Torelly, Aldyr Garcia Schlee, Walter Ferguson, Zé da Terreira, George Orwell, Dona Conceição Rosa Teixeira, Rita Lee, David Bowie, Stevie Wonder, Henfil, Quino, Renato Russo e Tom Zé.
Serviço:
Campanha de financiamento do álbum Guaipeca: uma ilusão autobiográfica:
Até 04 de abril de 2023 em catarse.me/guaipeca
Faixas do disco:
1) Guaipeca
2) Perto de Você
3) Raining in Cahuita (para Walter Ferguson)
4) Infinito e Além (Ia)
5) On the same side
6) Deus na Laje – parceria com Pablo Lanzoni (música)
7) Feito São Thomé – parceria com Jerônimo Jardim (letra)
8) quem já viu – parceria com Ronald Augusto (letra)
9) Milagres do Barão de Itararé
10) Minha Barba é Meu Blush
11) Lurdes e o Esquerdomacho
12) As Vaca Ouvindo Mozart
Ficha técnica:
Produzido por Luciano Mello
Masterizado por Marcos Abreu
Gravado por Leandro Maia e Luciano Mello no Téu Téu Studio, Laranjal (Pelotas), entre julho e setembro de 2022
Editado e Mixado por Luciano Mello
Mixado por Luciano Mello no Quatro
Edição de vozes: Rodrigo Esmute Farias
Capa e Encarte, Arte e Fotografias: Patrick Tedesco
Guaipeca da Capa e Encarte: Rei Lucas Bibi de Mello e Tedesco
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