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Batman Ano Dois

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batman-ano-dois-encadernadoA produção de Batman: Ano Dois se deu muito antes do que muitas pessoas conhecem. Ao contrário de ser uma mera sequência do grande clássico de Frank Miller e David Mazzuchelli, esta história em quatro partes escrita por Mike W. Barr e desenhada por Alan Davis, Paul Neary, Alfredo Alcala, Mark Farmer e um recém entrado no mercado Todd McFarlane. Tendo sido reescrita devido às mudanças propostas pela editora após o evento Crise nas Infinitas Terras (saiba mais sobre isso aqui), esta história é tida como um dos melhores, senão o melhor, trabalho de Barr com um personagem mainstrem para uma editora.

O lançamento aconteceu na revista mensal principal do Homem-Morcego, mais exatamente em Detective Comics #575 até a #578, em 1987 (Batman 2ª série #7 e #8, de 1988, editora Abril) e neste artigo vamos saber mais sobre ela.

Acontecimentos Históricos

batman-ano-dois-parte1O Batman agora está estabelecido como um vigilante em Gotham City, e o Capitão Gordon recentemente se tornou o Comissário de Polícia da cidade, e está numa entrevista na TV respondendo sobre a nova situação de proteção ao cidadão. A mídia também reflete sobre o aniversário do último avistamento do primeiro vigilante da cidade: O Ceifador.

Bruce Wayne, o alter ego de Batman, é visitado por uma velha conhecida: Leslie Thompkins, a médica que o ajudou a ser criado quando seus pais foram assassinados, e também sabe tudo sobre sua vida dupla. Ela está acompanhada de Judson Caspian e sua filha Rachel, que acaba, mais tarde, se tornando amante de Bruce.

Logo se descobre que Judson é o Ceifador, que dedicou sua vida ao extremo combate ao crime devido à trágica morte de sua esposa, e de volta à cidade não demora muito pra ele perceber que deve voltar a este combate com tantos crimes em Gotham City – logo, ele volta à sua casa, coloca a roupa que o tornou famoso e começa a estripar os bandidos da cidade. Eventualmente ele e o Batman se encontram, mas a experiência do veterano vigilante se mostra a diferença entre ele o Batman – além da filosofia de tratamento aos bandidos – e o Morcego é deixado caído e se obriga a sair dali antes que acabe morto. Após retornar à Mansão Wayne, um destruído Bruce admite insanamente que seu melhor não foi o suficiente e a única forma de confrontar um assassino desse calibre é usar a mesma ferramenta que matou seus pais: uma arma.

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A vingança do Batman contra o Ceifador quase acaba na morte do Comissário Gordon, quando o Morcego lhe tira de perto por focar somente em sua presa, e o policial acaba interpretando mal a atitude do herói, e logo coloca suas forças contra os dois fantasiados. Enquanto isso, muitos chefões do crime de Gotham discutem meios de derrubar o Ceifador, que vem causando uma batman-ano-dois-parte2baixa extrema em seus negócios. Eventualmente, o Batman interfere nas reuniões e propõe que eles unam forças contra este assassino vigilante. Com isso, ele se vê obrigado a se unir com Joe Chill, o homem que matou Thomas e Martha Wayne, seus pais. Com isso, o Batman planeja tirar a vida dele após a captura do Ceifador – enquanto isso, ele pede Rachel em casamento, e ela aceita.

Há uma batalha que mata a maior parte dos conexões ligadas à Batman e Chill, o que também convence Gordon de que o Morcego não está ligado aos crimes do Ceifador, que acaba sendo dado como morto em meio a tudo isso. Batman e Chill escapam separadamente, mas se encontram mais tarde devido à insistência do herói. Batman o leva à um beco familiar da cidade… o beco no qual Chill matou seus pais, e revela sua identidade a ele ameaçando-o com a mesma arma usada no crime anos atrás. Chill se convence de que o herói não puxará o gatilho, e o Ceifador reemerge e mata Chill a sangue frio. Agora, sabendo a identidade de Bruce, o vilão o combate num confronto final de uma construção da Fundação Wayne. Lá, ambos lutam até o fim, com o herói descobrindo que aquele era Judson, seu futuro sogro, que acaba se pendurando numa viga da construção e solta a mão para cair e morrer. Percebendo o tamanho do erro ao ter uma arma em mãos, o vigilante coloca a arma de Chill num canto da construção, para que seja enterrada lá.

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Bruce retorna à Rachel, que viu as notícias pela televisão. Seu caminho agora se torna óbvia: Judson era seu pai, e ela deve pagar pelos pecados que ele cometeu, e cancela o noivado com Bruce para voltar aos seus votos de freira. Bruce retorna como um vigilante gatuno às ruas de Gotham para continuar sua missão.

Situação Cronológica

batman-ano-dois-encadernadoBatman: Ano Dois permaneceu no contexto cronológico do herói durante os próximos anos, até o acontecimento do evento Zero Hora, que reformulou alguns momentos passados da carreira dele, fazendo com que mais uma história escrita por Mike W. Barr fosse tirada fora da cronologia oficial do Universo DC – a primeira foi O Filho do Demônio, em que o herói e sua amante Talia Al Ghul tiveram um filho, mas que recentemente voltou à cronologia devido ao run Grant Morrison.

Entretanto, na atual situação do UDC, alguns pontos de Ano Dois são válidos novamente no cânone, principalmente devido à minissérie em 7 edições Crise Infinita, escrita por Geoff Johns, cujos eventos colocaram a prisão de Joe Chill dentro da situação histórica do personagem mais uma vez.

Análise da História

Historicamente, Batman Ano Dois tem uma importância para todo o mito do Homem-Morcego de uma forma diferente da minissérie Ano Um, não só por ser uma óbvia sequência, mas também pela forma de abordagem da atormentada psiquê de um herói que está há um ano cumprindo seus deveres para com sua cidade, conforme o juramento que todos conhecemos. Pela primeira vez desde que assumiu seu manto, ele

ele se vê à frente de alguém que é incapaz de derrotar pelos meios tradicionais que utilizava até então. A narrativa de Barr é bem curiosa, ele sabe como movimentar as cenas e colocar momentos de ação nas pitadas corretas para o bom desenrolar da história.

Existe uma grande polêmica a respeito do fato do herói utilizar uma arma aqui, afinal, não teria ele jurado que jamais usaria isso em sua missão de combate ao crime? Entretanto, alguém ainda tão inexperiente e que nunca havia encontrado o assassino de seus pais anteriormente, é cabível que ele enfrente este tipo de problema. Esse momento teve muita influência no filme Batman Begins, quando Bruce vai ao tribunal no julgamento de Chill para matá-lo ele mesmo.

A história influenciou o filme Batman Begins de forma bem clara, não só pela situação da arma citada acima, como até pelo interesse romântico de Bruce que também se chama Rachel. Além disso, o vilão Ceifador foi reutilizado com algumas diferenças e uma nova identidade no longa metragem animado A Máscara do Fantasma, considerada a melhor animação do Batman até hoje.

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8 Comentários

  • A história é fraca e chata, os desenhos, fracos e “Ano Dois” é só uma desculpa para vender a revista. Minha impressão , na época e mais ainda hoje, é de que os editores não se esforçaram muito para dar ums continuidade estilística/lógica (texto e imagens) com a obra anterior, foi um projeto “aproveitado”, encaixado para aproveitar o conceito do “Ano Um”. É exatamente o que acontece no filme “Batman Begins”, a primeira metade é “realista”, há um roteiro complexo, desenvolvimento de personagens humanos e, de repente, vira tudo uma correria sem sentido com imagens fantasiosas, sem pé nem cabeça, cheia de maquetes e explosões. É como se T. Burton tivesse dirigido a primeira metade do filme e o Schumacher “doidona” tivesse dirigido a segunda (o mesmo vale para o segundo filme, bom começo, final lamentável). Por isso Homem de Fe ainda é o melhor filme de super-herói atual e RoboCop I é o Batman definitivo (versão F. Miller|Verhoeven de Cavaleiro das Trevas).

  • Ano Dois é uma das melhores histórias do Batman em todos os tempos e Mike Barr pra mim é até hoje o autor que melhor captou as nuances de personalidade de Batman/Bruce Wayne. Ele não se limitava a fazer uma história de ação ou uma história dramática, mas agregava ambos e aqui ele criou um épico com isso, muito superior ao Ano Um, que já era clássico.
    O que Christopher Nolan captou do Batman da HQ em geral e do Barr em particular é aquela sensação do Morcego estar combatendo uma batalha que nunca vai poder vencer contra um inimigo que não tem rosto, pois ele vive pra lutar contra o mundo e o seu destino maldito, algo tão bem retratado nas reviravoltas de Ano Dois. Por isso, entre outras coisas, ele fez os dois melhores filmes de super-heróis.

    Destaque principalmente pra capa do Batman abraçado ao anjo com o revólver (a melhor já feita com o personagem) e pras frases que aparecem no biscoito da sorte e que o Bruce diz ao Alfred no fim da história.

  • aSSIM COMOO SENHOR EU LI ESSA OBRA INTEGRALMENTE E CONCORDO COM O FATO DE QUE SE TRATA DE UM CLASSICO, QUE DEVERIUA SER REEDITADO RARA QUE OS JOVENS, TIVESSEM O PRAZER QUE TIVEMOS,NãO CONCORDA?

  • Jovem Osni winkelmann,espero que um dia queseu gosto pea nona arte se apure de verdade ao ponto de admirar o ano dois pelo que ele é, uma obra de arte simples e bem feita.

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