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Star Wars: Império do Mal, de Tom Veitch e Cam Kennedy

Com o ressurgimento da saga Star Wars com os filmes e séries que a Disney está trazendo (Os Últimos Jedi, The Mandalorian, O Livro de Boba Fett), a franquia renovou sua popularidade entre fãs e leitores. Mas bem antes da compra da LucasFilm, o universo de Guerra nas Estrelas já ganhara uma expansão com base em quadrinhos, romances, jogos de RPG, videogames e séries de televisão.

Entretanto, essas histórias tinham que se encaixar na continuidade oficial. E com o crescimento do mito, uma miríade de escritores trouxeram versões diversas que prejudicaram compor uma organização cronológica. Então uma solução foi tratada; que tudo que não se encaixa no cânone oficial se torna Star Wars: Legends, ou seja, algo parecido com o What If… da Marvel ou o Else Worlds da DC; histórias alternativas para a linha do tempo oficial.

Star Wars Império Negro (Star Wars: Dark Empire) é uma dessas histórias alternativas. Publicada em 1993 por Tom Veitch e Cam Kennedy quando a Dark Horse tinha acabado de assumir os direitos da saga.

Análise

A história nos coloca 6 anos após a Batalha de Endor. Após a morte do Imperador, a Aliança Rebelde criou a Nova República; mas os restos do Império resistiram e pouco a pouco foram reconquistando planetas até dominarem Coruscant. E uma nova guerra civil surge. Daí, com um poder sombrio surgindo do centro da galáxia, o último Jedi, Luke Skywalker é atraído para enfrentar seu destino.

O roteirista Tom Veicht começou a trabalhar nessa história em 1988. Período em que os direitos de Star Wars ainda eram da Marvel.

Veicht, também autor de Tales of the Jedi; faz aqui uma das melhores histórias do outrora Universo Expandido SW, uma história mais sombria e sinistra do que a narrada por Timothy Zhan em sua trilogía de Thrawn.

Sem concessões, isso nos leva diretamente ao resgate de Luke Skywalker e Lando Calrissian por Han Solo e Leia. Quase chegamos ao fim da batalha e, a partir daqui, praticamente não teremos um momento de descanso até o final. Para isso, utiliza elementos já conhecidos e contribuições novas e interessantes, como os Destruidores de Planetas, máquinas substitutas das Estrelas da Morte capazes de destruir qualquer planeta rebelde que esteja ao alcance. Guerra nas estrelas pura.

No entanto, o que mais chama a atenção é o desenho de Cam Kennedy, escocês da famosa 2000 AD, onde desenhou o Judge Dredd. Ralph McQuarrie, designer de produção do episódio IV, define seu desenho como seco estilizado.

Um desenho que não seria o mesmo sem a cor aplicada por Dave Dorman. Sua paleta de cores neste trabalho é muito básica e ao mesmo tempo muito rica. Poucas cores e tonalidades diferentes, sem efeitos chamativos, sem brilho, ou qualquer coisa que possa chocar o leitor, conferem à obra um caráter quase pictórico.

Sem dúvida, a arte é algo raro dentro do que os quadrinhos de Star Wars foram e são, um trabalho muito mais artístico, em que há muitas splash-pages salpicadas de diálogos que avançam a história com os rostos de personagens conhecidos.

É na parte artística que um leitor que não conhece a obra pode sentir uma certa rejeição inicial, uma rejeição que pode ser facilmente superada quando se percebe que esse desenho é exatamente o que a narrativa exige.

Com a notícia da perda de seu escritor, Tom Veitch (1941-2022) no dia 18 de janeiro, convidamos a conhecer ou a redescobrir um dos melhores quadrinhos de Star Wars e um dos mais raros e artísticos, um quadrinho que foi fundamental para o que veio a seguir no Antigo Universo Expandido, pois nos apresenta alguns conceitos que mais tarde seriam revelados como fundamental para o futuro da história; uma história que após a compra da franquia pela Disney foi alterada, mas que podemos continuar a desfrutar. Esperamos que alguma editora traga esse material em uma nova publicação.

Que o autor descanse em paz e que a Força esteja com você.

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