Medusa, a “mulher monstra” de olhar petrificante e serpentes no cabelo da mitologia grega, tem seu mito desconstruído na peça-show Medusa in.conSerto, da Cia. Les Commediens Tropicales e do Quarteto à Deriva. As apresentações gratuitas acontecem de 10 a 13 de agosto, quinta-feira a sábado às 20h e domingo às 19h, no Galpão do Folias e de 24 a 27 de agosto, quinta-feira a sábado às 21h e domingo às 20h, no Centro Cultural São Paulo.
A partir das poucas linhas que o poeta Ovídio (43 a.C.-17d.C) usou em sua obra clássica Metamorfoses para apresentar Medusa, uma das figuras mais temidas da mitologia grega, a Cia. Les Commediens Tropicales e o Quarteto À Deriva conceberam uma peça-show que traz para o espaço fechado conceitos que estruturam o teatro de rua. Trata-se de uma montagem que nasceu a partir das experiências vividas pelos dois coletivos paulistanos nas apresentações da obra Medusa Concreta, em 2018, tendo como palco o Vale do Anhangabaú, na região central da capital paulista.
“Reformulamos o material cênico e discursivo para convidar o público a dividir o mesmo espaço da cena. Em Medusa in.conSerto, o espectador pode decidir de onde prefere olhar as cenas e escutar as diversas músicas e canções da peça, estando livre para caminhar num jardim de estátuas de pedra, por entre músicos, atrizes e atores”, explica a artista Tetembua Dandara, da Cia. Les Commediens Tropicales.
Carnaval fora de época
No mito grego original, Medusa é uma sacerdotisa do templo de Atena que tem o seu corpo violado por Poseidon, o rei dos mares, e ainda é castigada pela própria Atena, deusa da justiça e da sabedoria. Em Medusa in.conSerto, o texto e a música constroem uma peça que busca contrariar o papel imposto pelos caprichos divinos à Medusa e que lança novos olhares (e novas pedras) à cultura de culpabilização da vítima. “Trazemos a experiência das ruas para o espaço das salas de espetáculos, aprofundando ainda mais a linguagem cênico-musical na apropriação de elementos do funk, slam, poemas visuais, canções e stand-up”, destaca Tetembua.
A direção de arte de Medusa in.conSerto, assinada por Renan Marcondes e José Valdir Albuquerque, é pensada de forma a constituir uma espécie de carnaval capenga fora de época, fazendo da experiência artística uma grande manifestação pública que brinca com o imaginário grego e com o contexto urbano atual, entre togas gregas, bonés de aba reta, jardim de pedras e projeção de vídeos.
Serviço:
Medusa in.conSerto
Cia. Les Commediens Tropicales e Quarteto À Deriva.
De 10 a 13 de agosto, quinta-feira a sábado às 20h e domingo às 19h.
Galpão do Folias – Rua Ana Cintra, 213 – Santa Cecília, São Paulo.
De 24 a 27 de agosto, quinta-feira a sábado às 21h e domingo às 20h.
Centro Cultural São Paulo – Rua Vergueiro, 1000 – Paraíso, São Paulo
90 minutos | 12 anos | Gratuito.
Ficha técnica:
Concepção, Dramaturgia e Encenação – Cia. Les Commediens Tropicales e Quarteto À Deriva | Beto Sporleder, Carlos Canhameiro, Daniel Müller, Guilherme Marques, Michele Navarro, Paula Mirhan, Rodrigo Bianchini, Rui Barossi e Tetembua Dandara. Elenco –Beto Sporleder, Cauê Gouveia, Daniel Muller, Guilherme Marques, Rui Barossi, Paula Mirhan, Michele Navarro, Rodrigo Bianchini, Tetembua Dandara. Textos – Carlos Canhameiro e Michele Navarro (a partir do mito de Medusa). Música – Quarteto À Deriva e Paula Mirhan. Pensamento Visual – José Valdir e Renan Marcondes. Iluminação – Daniel Gonzalez. Técnico de Cena – Matias Arce. Técnico de Luz – Cauê Gouvea. Técnico de Som – Murilo Gil. Adereços – Bira. Pensamento Corporal – Núcleo Cinematográfico de Dança | Maristela Estela e Mariana Sucupira. Produção – Mariana Pessoa e Tetembua Dandara. Assessoria de Imprensa – Nossa Senhora da Pauta. Fotos – Mari Chama e Jorge Etecheber.
Comente!