"Roteiros para uma vida curta" aglutina olhares da forma para contar o conto com novo ponto – Ambrosia

“Roteiros para uma vida curta” aglutina olhares da forma para contar o conto com novo ponto

O olhar de uma roterista escaleta as cenas de um filme. E uma poeta trata do seu universo poético com este olhar multifacetado, como se seu tema, suas linhas estéticas, e discursos colocassem a métrica em unidades visuais ou cenas líricas.

Sempre achei o corte da estrutura do poema bastante similar ao corte cinematográfico. Mas que outro norte; outro norteio quando vejo uma escritora (re)inventar uma outra estrutura narrativa, usando linguagens afins para hibridizar uma narrativa que para muitos entendem moldada num certo suporte preciso.

Cristina Judar cria em seu livro de contos Roteiro para uma vida curta, pela Editora Reformatório, uma tapeçaria de narrativas onde o formato é explodido pelas paredes do conto, fosse uma linguagem de cela, onde o conteúdo fosse seu condenado à tradição.

Numa estrutura curta como o conto onde as premissas básicas seriam concisão, leveza, agilidade, onde o leitor não poderia ter imperiosos logros com a leitura, Cristina estilhaça tal formalização, e diz: “vamos brincar em cada conto que eu fizer, vamos (re)inventar a forma como  traço, utilizando veios poéticos, pontuações quebradas, estruturas jornalísticas, experimentações ensaísticas-narrativas, tudo com extrema clareza e dinâmica”.

"Roteiros para uma vida curta" aglutina olhares da forma para contar o conto com novo ponto – Ambrosia

Contos como Rosário, inovam até na  liturgia de uma missa onde uma calesdoscópio de cenas contemporâneas são narradas como frases-eucaristias. Toda sua temática está alinhada para uma urbe  como noção de cidade urbana onde se relacionam  questões necessárias ao tema da autora que é a questão de como uma cidade pode identificar pessoas e individualidades, sem esborroá-las, e passando pelo processo inverso como o autor pode destravar através da sua escrita este apagamentos de eus que uma cidade ou grupo social desbota ou apagam  identidades.

O que temos a cidade, nossa criatividade, nosso destemor, nossos vícios marcados na pele, a polis não quer aglutinar. É atraves de uma escrita colmerizada onde cada favo lhe é favorável onda a produção do mel dá o melhor de (u)nós, para os acoletivados na homilias de clãs, nada.

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