Como se o elementos naturais como fogo, ar, céu e terra pedissem ao corpo humano que os afetasse, fossem eles os signos de troca da relação entre os seres. Daniela Delias no seu segundo livro de poemas, “Nunca estivemos em Ítaca”, pela Editora Patuá, tece através de poemas concisos em lindo trajeto poético, e muito bem sintetizado com o olhar para dentro em ótimas metáforas, e imagens; uma cosmogonia dos afetos, enquanto, os tais elementos seriam hibridizações de fagulhas entre desejos de alternação.
O corpo no livro da Poeta, não participa do sexo dos gêneros. Ele é apenas um Eros fluídico. Mas pelo seus elementos como fogo, água, partícipes que atravessam caminhos, fluências, que alternam estados tanto físicos quanto sensoriais. O sentido nunca é pleno em sua pujança. Ao leitor, cabe o deleite de escavar significações em tocas e toques dos dedos-olhos de Daniela que são as proficiências da busca do prazer estético quando ao fim da leitura, somos içados à discernir pequenos fachos de entendimento-textual.
E Por não haver relações especulares, não há desejo de imagens fisionômicas. A beleza de Não estivemos em Ìtaca alcança uma plenitude poética, pois não havendo pulsões através de aparelhos de troca, as relações de afetos são multidisciplinares; como se os elementos naturais pudessem dizer mais para a linguagem, pois há no elemento fogo-água; uma afecção de possessão, de tomar do outro sua vida-essência.
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