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A importância e a extravagância de “The Get Down”

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Alardeada como a série mais cara do catálogo próprio da Netflix, The Get Down é, acima de tudo, seu produto mais passional. No recorte um tanto glamouroso do surgimento do hip hop e da  disco music no Bronx, bairro pobre de Nova York, mescla ficção e fatos reais. É muito curioso que o projeto tenha partido de um… Australiano, o diretor Baz Luhrmann, que empreendeu muita suntuosidade em Hollywood em projetos como Moulin Rouge e The Great Gatsby. Luhrmann é um diretor audaz, e isso nesse caso, também significa estar sempre na linha tênue entre o incrível e o cafona. A série pende para os dois lados de maneira bem explícita, mas o saldo é positivo 

A história, ambientada em 1977, mostra a história do adolescente Ezekiel Figuero (Justice Smith), que possui grande talento em escrever poesias. Zeke (como é chamado na maior parte da série), é órfão de pai e de mãe, que foram vítimas da violência urbana cotidiana do Bronx, e vive com parentes bem ordinários. Ele passa seus dias alimentando a paixão pela música e por Mylene (Herizen F. Guardiola), que tem o sonho de ser cantora.

Mylene é de família cristã, onde, principalmente seu pai, Ramon Cruz (Giancarlo Esposito), não apoia o seu sonho de ser cantora. Zeke também é pianista e costuma tocar na Igreja Pentecostal em que o pai de Mylene é pastor. Ambos têm aspirações na arte, mas tem seus rumos mudados. Zeke acaba por conhecer Shaolin Fantastic (Shameik Moore), uma figura conhecida no Bronx. Mylene começa a ter o apoio do seu tio,  “Papa Fuerte” (Jimmy Smits), que contrata Jackie Moreno (Kevin Corrigan), um produtor musical.

O contexto histórico e político da época, e as transformações que trazem para os personagens em seus meios, são bem desenvolvidos no roteiro. Um dos pontos chave disso está no episódio em que Dizzee (Jaden Smith) percebe o despertar de sua sexualidade, numa noite lisérgica. Paralelo a isso, Baz é muito sedutor na ambientação disso, e até mesmo com uma certa áurea mágica que agrega aos personagens. Mas é bem nesse uso desvairado do lúdico que, por vezes, quase compromete a fluidez do universo que cria. Por outro lado, numa explícita demonstração de amor à música, o diretor criar um libelo musical instigante e cheio de catarses para nos divertir.

Apesar de se pautar nos gêneros citados, são as canções do britânico Michael Kiwanuka, em seu misto de soul indie que engradecem a maioria das cenas. Ou tente ficar indiferente nas tomadas etéreas em que ao fundo está tocando “Love & Hate” ou mesmo nas mais feéricas, sublinhadas pela intensa “Black Man In A White World“. Nesses momentos, The Get Down se sobrepõe aos excessos de seu criador e atinge a mágica que ele tanto busca.

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