CríticasQuadrinhos

God Country (Devir):Quando a luta mais difícil é desistir

Compartilhe &media=https://ambrosia.com.br/wp-content/uploads/2023/08/Eq6ktpgU0AE2ZSY.jpg" rel="nofollow"> &title=God%20Country%20%28Devir%29%3AQuando%20a%20luta%20mais%20dif%C3%ADcil%20%C3%A9%20desistir" rel="nofollow"> &name=God%20Country%20%28Devir%29%3AQuando%20a%20luta%20mais%20dif%C3%ADcil%20%C3%A9%20desistir" rel="nofollow">

Há muito tempo, no Texas, um velho chamado Emmett Quinlan ia morrer de Alzheimer.
Seu filho Roy estava dividido entre ser pai da própria filha e assistir ao pai virar um monstro. Para piorar as coisas, um furacão gigante estava para chegar e destruir tudo que a família Quinlan amava.Mas foi no rastro dessa tempestade que tudo mudou. Porque o furacão não veio desse mundo… e não veio sozinho…Em meio às cinzas de sua casa, Emmett Quinlan estava de pé e empunhando uma espada encantada, indestrutível, falante e com três metros e meio de comprimento, chamada Valofax. E enquanto ela estivesse na sua mão… ele estava presente. Seu Alzheimer estava curado. Ele lembrava do próprio nome e dos rostos de quem amava.

O único (e enorme) problema é que a espada não era do Emmett. E os donos não vão sossegar até que ela seja devolvida…GOD COUNTRY é uma graphic novel épica que trata de família, de envelhecer, de luto e de despedida.

Análise

God Country, de Donny Cates e Geoff Shaw,  é diferente de tudo que eu já li antes e, ao mesmo tempo, poderia facilmente ter sido uma história contada usando Thor e os deuses de Asgard. E não é uma história sobre uma espada mágica. Em vez disso, é um conto alegórico sobre a morte imbuído de temas de família e legado. Ele compara esses temas com a história de um homem com Alzheimer que é curado e é então forçado a entrar em uma batalha contra forças muito além de si mesmo. Há alguns momentos no livro em que as coisas não fazem exatamente sentido e parecem apressadas, mas podem ser ignoradas quando comparadas com a gravidade do que o livro está tentando dizer. God Country é, acima de tudo, uma mensagem comovente e saudável envolta em uma narrativa divertida.

Como você pode perceber pelo título, o livro envolve deuses, mas os coloca em um contexto muito diferente no Texas, EUA. Ele gira em torno de uma família que vive numa zona rural desse estado: Roy, Janey e sua adorável filha Deena, que conhecemos enquanto lidam com o pai idoso de Roy, Emmett, que sofre de Alzheimer em estágio avançado. No momento em que estamos se adaptando a este ser um drama familiar no estilo Mudbound – Lágrimas Sobre o Mississipi, a área é atingida por um tornado que destrói sua casa e uma espada chamada Valofax entra em cena.

Quando Emmett coloca as mãos em Valofax, ele não é mais o velho frágil e esquecido, mas um guerreiro corajoso e poderoso, e aprendemos que Valofax tem consciência e escolhe quem deseja exercê-la. Como esperado, outros querem colocar as mãos em Valofax, especialmente o seu criador, um Deus chamado Attum, que envia seus filhos para recuperá-lo e a narrativa se inicia.

Um dos aspectos mais interessantes da obra é a forma como Cates aborda a relação entre deuses e humanos. Os deuses de God Country não são seres benevolentes ou bondosos. Eles são poderosos e cruéis, e não hesitam em usar seus poderes para seus próprios interesses. Essa visão realista dos deuses cria um contraste interessante com a crença humana em divindades benevolentes.

Outro aspecto importante da obra é a forma como Cates explora as agruras humanas. A história de Emmett Quinlan é uma história de perda, dor e luta. Ele é um homem que perdeu tudo o que tinha, e que precisa encontrar a força para continuar vivendo. Essa jornada de superação é um dos temas centrais da obra.

A edição da Devir é de alta qualidade, caprichada. O formato é grande e confortável para leitura, e a impressão é impecável. A arte de Shaw é um dos pontos altos da obra, e a edição da Devir faz justiça ao trabalho do artista.Usando técnicas pseudo-realistas e as cores mais texanas, Shaw parece ter o único estilo que poderia dar vida a essa história.

God Country é aquela trabalho que usa uma premissa bem pensada de fantasia para contar a mais humana das histórias.

NOTA: 8,0

God Country

God Country
0 100 0 1
8/10 Excelente
8/10 Excelente

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Sugeridos
ColunasCríticasFilmes

Capitão Fantástico: diga sim para sua família!

Ben (Viggo Mortensen) tem seis filhos com quem vive longe da civilização,...

CríticasFilmes

Superman inaugura com acerto a nova DC no cinema

“Superman” não é um filme de origem do primeiro super-herói da História....

CríticasFilmes

Quem é o Superman: James Gunn ou David Corenswet?

Dentro de sua gritante previsibilidade, há um ativo muito positivo quando vemos...

CríticasFilmes

Um ano de Mindfulness: se conhecer para se libertar dos automatismos!

Em meio a uma crise global de saúde mental, milhões de pessoas...

ClássicosCríticasFilmes

Um dia de fúria: Burnout explícito no clássico de Michael Douglas

Um dia e tudo muda, uma pessoa antes condicionada explode em uma...

CríticasFestivaisFilmes

“A Voz de Deus” retrata o lado humano (e muito complexo) do fenômeno dos pastores mirins

Um garotinho de 5 anos grava uma mensagem de pregação religiosa de madrugada...

ClássicosCríticasFilmes

O Fugitivo Sanguinário: da perspectiva de homens e mulheres

Um suspense de estrada co-escrito e dirigido por Pasquale Festa Campanile. Estrelado...

CríticasFilmesModa

O documentário da HBO “Fake Famous – Uma Experiência Surreal nas Redes”

Aqui vamos falar da teatralidade cotidiana e o lugar do corpo em...

CríticasFilmes

“Jurassic World: Recomeço” expõe o desgaste da franquia

Quando Steven Spielberg adaptou para os cinemas o livro de Michael Crichton...

CríticasFilmes

M3gan 2.0 é pura galhofa trash

Quando “M3gan 2.0” foi anunciado, era previsível, e ainda assim preocupante, já...

CríticasFilmes

“F1” é mais que um “Top Gun: Maverick” sobre rodas

A ambição de Joseph Kosinski o trouxe para a terra, trocando as...